Muito
tempo antes da pandemia da Covid-19 eclodir no mundo - estamos falando de 25,
30 ou 35 anos atrás - já se debatiam meios para tornar o turismo uma atividade
mais branda, justa, equilibrada e responsável. Contudo, ao passo que
se caminhava direção de compreender, a partir de modelos teóricos e experiências empíricas, sobre como internalizar a sustentabilidade nas
viagens turísticas, avançamos a uma velocidade muito maior na construção de uma
“indústria” que se [retro]alimenta do consumo irrefreável dos espaços, naturais
e construídos, por turistas ávidos por experiências, selfies, likes e carimbos em seus passaportes passaportes.
Foi
aí que instrumentalizamos o turismo nas mais diferentes localidades de nosso
mundo [e até fora dele]... dos desertos às florestas tropicais, das praias de
águas mornas às geleiras polares, das comunidades tradicionais aos
“ecossistemas de inovação”, dando-lhes o status de "destinos
turísticos"... sendo - a atividade - cada vez mais importante por sua
força econômica e pelo apelo de consumo das pessoas.
Com
esse cenário, o turismo ainda necessita percorrer um longo percurso para
assimilar as distintas dimensões da sustentabilidade, MAS como pensar em um
turismo mais brando e sustentável SE as bases da nossa existência
civilizacional, não são? Poderia o turismo contribuir para o caminhar ao
alcance da sustentabilidade? Ainda temos tempo para agir em torno dessa
transformação? São questões complexas e interdependentes e, desculpe-nos caro
leitor, não estava entre as nossas pretensões trazê-las aqui.
Preferimos,
ao contrário, fazer uso desse curto espaço para lançar questionamentos para
tentar buscar respostas que nós mesmos ainda não temos. Entre tantas dúvidas,
uma certeza: a de que precisamos transformar e [res]significar o porquê de
nossos deslocamentos, pelo nascimento de um outro turismo, pelo nascimento de
um outro turista.
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