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27/06/2020

Pensamentos curtos sobre turismo e sustentabilidade



Muito tempo antes da pandemia da Covid-19 eclodir no mundo - estamos falando de 25, 30 ou 35 anos atrás - já se debatiam meios para tornar o turismo uma atividade mais branda, justa, equilibrada e responsável. Contudo, ao passo que se caminhava direção de compreender, a partir de modelos teóricos e experiências empíricas, sobre como internalizar a sustentabilidade nas viagens turísticas, avançamos a uma velocidade muito maior na construção de uma “indústria” que se [retro]alimenta do consumo irrefreável dos espaços, naturais e construídos, por turistas ávidos por experiências, selfies, likes e carimbos em seus passaportes passaportes. 

Foi aí que instrumentalizamos o turismo nas mais diferentes localidades de nosso mundo [e até fora dele]... dos desertos às florestas tropicais, das praias de águas mornas às geleiras polares, das comunidades tradicionais aos “ecossistemas de inovação”, dando-lhes o status de "destinos turísticos"... sendo - a atividade - cada vez mais importante por sua força econômica e pelo apelo de consumo das pessoas.

Com esse cenário, o turismo ainda necessita percorrer um longo percurso para assimilar as distintas dimensões da sustentabilidade, MAS como pensar em um turismo mais brando e sustentável SE as bases da nossa existência civilizacional, não são? Poderia o turismo contribuir para o caminhar ao alcance da sustentabilidade? Ainda temos tempo para agir em torno dessa transformação? São questões complexas e interdependentes e, desculpe-nos caro leitor, não estava entre as nossas pretensões trazê-las aqui.

 Preferimos, ao contrário, fazer uso desse curto espaço para lançar questionamentos para tentar buscar respostas que nós mesmos ainda não temos. Entre tantas dúvidas, uma certeza: a de que precisamos transformar e [res]significar o porquê de nossos deslocamentos, pelo nascimento de um outro turismo, pelo nascimento de um outro turista.


31/05/2020

Turismo de Natureza e o pós Covid-19


Amigos leitores,  iniciamos esse projeto em 2009, no então pouco conhecido Twitter, para tratar de temas que sou que somos verdadeiramente apaixonados: turismo, meio ambiente e sustentabilidade. No ano de 2012 criei este singelo e despretensioso blog, muitas vezes postando sem nenhuma regularidade e outras tantas aos "trancos e barrancos". Diante de um longo período de inércia neste canal, já que migramos para o Instagram, plataforma que oferece ao projeto mais amplitude e um pouco mais de adesão e engajamento, retorno a esse espaço para trazer alguns resultados da nossa primeira transmissão on-line, ocorrida em 26 de maio, para tratar sobre o Turismo de Natureza e o pós-Covid-19. Os resultados serão compartilhados em forma de infográfico, com os assuntos tratados.

- Primeiramente falamos que o termo "Turismo de Natureza" é um termo abrangente que integra diferentes modalidades de turismo em que o maior atrativo é a vivência e a contemplação do espaço natural. Portanto, o seu conceito inclui as segmentos como ecoturismo, o turismo de aventura, o turismo rural  e, até o turismo de sol e praia. Mas também inclui atividades de nicho, como a observação da fauna (como o birdwatching) e da flora, o paleoturismo, dentre outros.

- Abordamos as potencialidades do Turismo de Natureza (e do ecoturismo) derivadas da diversidade biológica, geológica, paisagística e climática no país, agregadas aos aspectos distintos de nossa cultura, sobretudo das comunidades tradicionais no entorno ou imersas em nossas áreas naturais preservadas (como as Unidades de Conservação). Comentamos na sequência sobre as precariedades ou deficiências para o real desenvolvimento desse turismo que, de modo resumido, são: infraestutura(s), serviços e, acima de tudo, dos problemas ambientais "urgentes" (como o desmatamento, a grilagem de terras, a mineração ilegal, o desmonte dos órgãos de proteção ambiental), que neste momento se revelam a face mais delicada para que a atividade alcance o seu potencial.

- Eis que surgirá um "novo normal", as possibilidades de aumento no fluxo do turismo regional para as áreas naturais e as necessidades de adaptação desse tipo de turismo para oferecer segurança aos visitantes, prestadores de serviço e, em especial, para as comunidades locais. Além disso, foi questionado se esse "novo normal" nos conduzirá a um cenário de maior valorização ambiental e das experiências de turismo e de lazer na natureza? Acreditamos que sim, mas ao mesmo tempo teremos que estar atentos aos impactos ambientais gerados pelo maior deslocamento a áreas frágeis e redutos de nossa bio e geodiversidade.

- Por fim, foram destacadas iniciativas em rede das instituições promotoras do turismo, como é o caso da Associação Brasileira das Empresas de Turismo e de Turismo de Aventura (Abeta), da Anda Brasil e da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, bem como a importância da pesquisa científica promovida em nossas instituições de ensino.


 
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