30/08/2015


É difícil falar de Salvador sem cair na mesmice e nos clichês que envolvem as tão conhecidas manifestações culturais da cidade. Na terra do axê, das religiões e do dendê não há como fugir dos elementos que a compõem, mas nem por isso, posso dizer que a cidade é a mesma de anos atrás. A caminhada pelo Pelourinho, o passeio de escuna pelas ilhas dos Frades e Itaparica, a parada no Farol da Barra - tudo isto continua lá, mas parece ser uma versão diferente, muitas vezes melhorada, da Salvador de dez anos atrás quando eu a conheci. Mesmo assim, a Salvador vendida na propaganda turística nem sempre é a real Salvador encontrada e ainda fica devendo em muitos sentidos. Antes de ler este post fique alerta: se você ama ou odeia a cidade é melhor ficar bem longe daqui (ou seja, este post foi feito apenas para uma meia dúzia de leitores). 


Adoro a chegada a Salvador só pela linda saída do aeroporto - um túnel verde de bambuzais. Mas a boa impressão da cidade pode parar em um belo congestionamento matinal. O valor do táxi aeroporto-hotel também pode gerar um certo desconforto - certamente você irá pagar entre 80 a 90 reais para chegar aos hotéis da orla da cidade (se você tem algum aplicativo de táxi é bom ficar de olho nas promoções).

Escolher um bom hotel ou pousada certamente fará toda a diferença em sua estada. Os hotéis de Salvador tem passado dificuldade nos últimos anos (o que pode garantir preços mais baixos a depender da época do ano). Alguns equipamentos hoteleiros fecharam após a Copa do Mundo de 2014, mas alguns novos também surgiram. Eu mesmo me hospedei em um bom hotel recém inaugurado pagando um preço justo e com um ótimo atendimento (disso não há o que reclamar).

OK! Mas e os atrativos? Bom, não há como falar de SSA sem lembrar do Pelourinho. Os turistas, especialmente os internacionais, continuam por lá... se divertem, dançam capoeira (sim, encontramos uma turista japonesa se divertindo por horas em uma roda de capoeira), gastam um trocado e tiram fotos e mais fotos. Mas o Pelourinho não é lá as mil maravilhas... isto porque qualquer um que tenha cara de turista passa por uns apuros iniciais... é quase certo que um vendedor te "presenteará" com uma das conhecidas fitinhas do senhor do Bonfim e te cobrará por ela logo em seguida (então, fuja deles). Não fosse suficiente, você ainda ouvirá por quase todo o percurso  'They Don't Care About Us' - do Michael Jackson, isto porque "eles não ligam pra gente".

Tá! O pelourinho já está muito batido, melhor curtir uma praia. Ops, que praia? Salvador tem praias belíssimas, é verdade. Mas não sei se teria coragem de entrar naquele mar. As ondas são muito violentas nas praias , na baía de todos os santos o mar é mais calmo... aí tem  outro problema, a poluição. As praias de Salvador não são tão limpas (e eu não estou falando das oferendas jogadas ao mar, mas de esgoto). Praia do Farol da Barra, Ondina, rio Vermelho, Amaralina, Pituba, entre outras estão frequentemente impróprias para banho... eu não teria coragem de dar um singelo mergulho nelas (uma pena, já que são tão belas). 

A vida noturna é bastante agitada, mas a sensação de insegurança  impediu de aproveitar... mas lá vamos para os pontos mais legais nessa minha última estada na cidade. No período que estava na cidade estava ocorrendo na beira-mar de Pituba uma feirinha gastronômica das mais interessantes que conheci. Não apenas pela comida, que estava uma delícia, mas pela pessoas. Um local descontraído, com culinária baiana e de vários locais do mundo, com ótima música (música eletrônica africana), com várias opções de compra a preços convidativos. Acredito que a feirinha seja um evento rotativo e, portanto, você pode não a encontrar na sua próxima estada em Salvador.

O calçadão da Praia do Farol da Barra foi ampliado - eis uma das melhores partes de Salvador. Uma área de lazer ampla e democrática. Um ótimo espaço para praticar esportes, caminhar com a família, fazer um lanche nos vários bares e lanchonetes que ali chegaram e aproveitar a cidade. Além de tudo isso, ainda aproveitamos um belo pôr-do-sol na baía de Todos os Santos.


Chegamos ao fim da nossa visita. Se valeu a pena? Claro que sim. Salvador, mesmo com tantos problemas de uma cidade que cresceu e se viu atrair milhares de turistas anualmente, não parou no tempo, ela vem tentando melhorar para os moradores e para quem a visita. De fato, há um longo caminho, mas um destino turístico nunca está totalmente pronto, mas em processo de construção, mesmo se tratando de uma das cidades mais antigas do país. Deus e todos os santos abençoem a São Salvador.


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