27/06/2020



Muito tempo antes da pandemia da Covid-19 eclodir no mundo - estamos falando de 25, 30 ou 35 anos atrás - já se debatiam meios para tornar o turismo uma atividade mais branda, justa, equilibrada e responsável. Contudo, ao passo que se caminhava direção de compreender, a partir de modelos teóricos e experiências empíricas, sobre como internalizar a sustentabilidade nas viagens turísticas, avançamos a uma velocidade muito maior na construção de uma “indústria” que se [retro]alimenta do consumo irrefreável dos espaços, naturais e construídos, por turistas ávidos por experiências, selfies, likes e carimbos em seus passaportes passaportes. 

Foi aí que instrumentalizamos o turismo nas mais diferentes localidades de nosso mundo [e até fora dele]... dos desertos às florestas tropicais, das praias de águas mornas às geleiras polares, das comunidades tradicionais aos “ecossistemas de inovação”, dando-lhes o status de "destinos turísticos"... sendo - a atividade - cada vez mais importante por sua força econômica e pelo apelo de consumo das pessoas.

Com esse cenário, o turismo ainda necessita percorrer um longo percurso para assimilar as distintas dimensões da sustentabilidade, MAS como pensar em um turismo mais brando e sustentável SE as bases da nossa existência civilizacional, não são? Poderia o turismo contribuir para o caminhar ao alcance da sustentabilidade? Ainda temos tempo para agir em torno dessa transformação? São questões complexas e interdependentes e, desculpe-nos caro leitor, não estava entre as nossas pretensões trazê-las aqui.

 Preferimos, ao contrário, fazer uso desse curto espaço para lançar questionamentos para tentar buscar respostas que nós mesmos ainda não temos. Entre tantas dúvidas, uma certeza: a de que precisamos transformar e [res]significar o porquê de nossos deslocamentos, pelo nascimento de um outro turismo, pelo nascimento de um outro turista.


Next
This is the most recent post.
Postagem mais antiga

0 comentários:

Postar um comentário

 
Toggle Footer